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AirPods foram usados para descobrir um caso de... infidelidade
Pedro Alves

AirPods foram usados para descobrir um caso de... infidelidade

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O estado atingido pela tecnologia atual permite que, sem grandes complicações, consigamos localizar de forma remota praticamente qualquer dispositivo eletrónico. A proliferação do GPS e a interação entre equipamentos abriu a porta a um sem fim de possibilidades, umas mais lícitas do que outras...

O caso que hoje vamos dar a conhecer é um exemplo disto mesmo. Ora, como todos os utilizadores Apple minimamente informados devem saber, qualquer dispositivo compatível no qual colocarmos a nossa conta iCloud, ou emparelhemos por bluetooth com o nosso iPhone, como por exemplo uns AirPods, fica automaticamente integrado na nossa rede Encontrar. Assim, basta uma consulta à aplicação com o mesmo nome para conseguirmos saber onde se encontra o quê: desde que se tenha dada a devida autorização para tal.

No caso dos AirPods, como os mesmos não têm capacidade própria de localização, o local onde se encontram é obtido a partir do iPhone a que estão conectados. Dessa forma, sabendo onde andam os AirPods, sabemos onde se encontra o iPhone, e consequentemente o seu proprietário. Foi exatamente assim que uma mulher descobriu que o seu companheiro lhe estava a ser infiel.

Num vídeo partilhado no TikTok, a jovem explica à mãe e à irmã como teve conhecimento da infidelidade. A mulher em causa e o seu companheiro iam sempre juntos ao ginásio, e devido a isso os AirPods em causa estavam conectados a ambos os seus iPhones através da partilha. Uma dada altura, a jovem descobriu que era possível saber a localização dos AirPods e do iPhone a que estivessem ligados nesse momento, e decidiu usar essa informação para seguir as pisadas do companheiro. Um dia, o seu receio confirmou-se.

Após consultar a localização dos AirPods, percebeu que o seu homem se encontrava num hotel. Em chamada telefónica confrontou-o com esse facto, que foi prontamente negado pelo próprio. Então, a mulher pegou no nome do hotel, fez uma pesquisa no Google e enviou ao namorado um print com uma foto do edifício através do WhatsApp. Ao receber tal coisa, o homem desligou o seu iPhone, pensando que estava a ser vigiado através dele. Nada mais errado.

Photo of Apple AirPods on white table with case beside them.

Como é óbvio, a relação terminou naquele momento, e a jovem refere no vídeo que acha piada ao facto do ex-companheiro ainda hoje não ter percebido que foram os AirPods a denunciá-lo. Bem, como o vídeo em questão já conta com mais de 1,5 milhões de visualizações, por esta altura o infiel já deverá ter uma noção mais real dos factos...

Este tipo de situação levanta uma série de questões, maioritariamente de privacidade. Importa desde já esclarecer que, para a localização, seja do que for, ser partilhada na rede Encontrar, o utilizador tem de dar consentimento. Nada é feito sem autorização do próprio, que a pode revogar a qualquer momento.

Quer a Apple, quer outras empresas com sistemas semelhantes, criaram as funcionalidades de localização com vista a evitar roubos e a auxiliar os clientes no caso de perderem algum aparelho de sua propriedade. São as próprias marcas as primeiras a advertir que a utilização indevida da localização é proibida, e em certos casos até punida por lei.

O ato do homem em questão é indesculpável. Mas o que o levou a ser descoberto foi o descuido ou o desconhecimento de como funcionam os objetos de sua propriedade. A jovem aproveitou-se disso, o que acabou por lhe ser útil, num caso claro de "os fins justificam os meios". Porém, desengane-se quem pense que estamos a ser constantemente alvo de vigia fácil por parte do nosso próximo, pois repito: a localização só é partilhada se o utilizador consentir.

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