De Android para iOS: a mudança inevitável para o mundo Apple
O despontar do fascínio pela tecnologia no seu formato móvel - vulgo smartphone - começou de forma renitente - não queria então desligar-me da Nokia e de todo o legado associado à marca europeia.
Acabaria, ainda assim, por comprar um primeiro smartphone Android - a título de curiosidade, o modelo Samsung Galaxy Y Pro, de entrada e com teclado QWERTY ou não estivessem ainda os BlackBerry em voga.
Daí em diante nada seria o mesmo. Receber os emails do Gmail (e não só) no smartphone tal como no computador. Jogar (nem que fosse Angry Birds), começar a explorar as redes sociais, bem como um mundo de novas apps que então se abria junto da Google Play Store.
Subitamente o telefone passou a ser Smartphone
O apelo do smartphone - já então lento e de construção liminarmente superior a um pacote de bolachas - foi imediato. Este "brinquedo" mostrou-se uma poderosa ferramenta, qual passaporte para o mundo online.
Aventurei-me assim com o sistema operativo Android, da Google por uma razão de preço do produto e pouco apelo ter - na altura - o ecossistema Apple para este vosso autor. Seguir-se-iam dez anos de fidelidade ao robô verde e uma admiração que perdura até hoje.
Percursos paralelos e crescimento convergente
Atualmente ambas as plataformas respondem, quase que em uníssono, às necessidades dos consumidores. Fazendo-o de forma gradualmente similar e com o principal desafio a ser a criação da necessidade no consumidor para, em simultâneo, apresentarem as soluções ao consumidor ávido de novidades.
Até o mais desatento leitor - e frugal consumidor - terá uma vaga noção do quão doloroso foi o crescimento do sistema Android. Culpa - sempre solteira - não só da Google mas também e sobretudo das "skins" ou interfaces de utilizador das marcas, historicamente pesadas, o sistema não ficou conhecido pela rapidez e fluidez de operação.
Por outro lado - de Cupertino com o seu iOS - a Apple pauta-se ainda hoje por uma evolução mais comedida, conservador, mas certeira. Concretizando, as novidades tardavam (e tardam) em chegar, mas quando efetivamente são anunciadas (por vezes indevidamente como tal), chegam bem implementadas, polidas e geralmente traduzindo-se numa rapidez de operação "sem frustrações".
Simplesmente funciona, o apelo do iOS
O longo percurso com equipamentos Android foi pontualmente interrompido em 2016, então com um já "antigo" iPhone 6. Foi o suficiente para conhecer as principais valências do sistema. Era simples, com uma forte tónica na facilidade de uso em praticamente todas as tarefas.
Foi um breve batismo no "reino da maçã", mas deixou boas marcas. Havia - então e agora - um forte apelo no quão intuitivo era fazer qualquer coisa no iOS. Em boa verdade, tudo neste ecossistema estava - mais uma vez então e agora - excepcionalmente bem trabalhado e polido, das animações aos sons de notificações.
Em simultâneo, sempre existiram limitações nas suas capacidades, propositadas para que o utilizador não se afastasse do bom caminho. O resultado? Uma experiência mais limitada que no mundo da total liberdade proporcionada pelo Android, mas efetivamente balizada por soluções comprovadas, iteração após iteração do iOS.
Ecossistema Apple, a inegável chave do sucesso
Assistindo da 1.ª fila ao avanço e evolução do sistema Android, com diversos smartphones Sony Xperia, seguidos de uns tantos Xiaomi, Huawei e OPPO, Realme, Vivo e não só. Não obstante, as inspirações de cada uma destas fabricantes no sistema, ambiente e aspeto do iOS sempre foram claras.
Variando de intensidade nesta "inspiração", não pode existir dúvida quanto ao papel da Apple em toda a indústria mobile. Um papel que, aliás, transcende o próprio iPhone e em muito o do iOS. A ponte entre dispositivos é o maior bastião da Apple, algo que a concorrência tenta, de forma veemente, acompanhar.
Para a esmagadora maioria dos leitores este parágrafo será uma redundância. Todo e qualquer produto Apple funciona na perfeição com os demais produtos da mesma marca. Em boa e grande parte, este é o simples apelo da tão valiosa marca norte-americana. Do relógio ao computador, passando pelo tablet e pelo telefone.
Simplicidade tentadora
O iPhone torna-se inevitável quando nos cansamos das birras do Android. Por muito engraçados que sejam, e são, na sua variedade e versatilidade, têm sempre alguma incoerência ou imperfeição que nos deixa com saudades do bom e aborrecido iOS. Do quão simples tudo se torna neste ecossistema Apple.
Em última análise, foi este o fator "X" que, após uma década de fidelidade ao Android (mais até), me convenceu a adquirir um iPhone 15 Pro. Supostamente, o telefone mais avançado do mercado à data do seu lançamento em setembro de 2023. É consistente, bem construído, incontestavelmente elegante e funcional.
O iPhone, mais uma vez, é o produto que não revoluciona, mas que seduz com a sua competência nas tarefas a que se propõe executar. Não é particularmente brilhante em qualquer ponto - tirando o ecrã - mas é absolutamente coerente.
Volvido mais de um mês da sua aquisição, entendo o apelo. É tudo quanto preciso, na dose exata e regrada. Nem mais, nem menos. Um padrão de qualidade inquestionável, sem ousar deslumbrar com formatos dobráveis - pelo menos para já.
Por fim, não posso ignorar a tão controversa aura de superioridade e conotação social afeta a estes produtos. A Apple é uma autêntica maçã dourada e dou por mim a pensar se fiz mesmo bem em dar uma culposa e saborosa dentada.
Até ao momento, não me arrependo.