Vivemos atualmente tempos de grande mudança no que à tecnologia diz respeito. Sendo uma área de que cada vez mais a sociedade está dependente, começam agora a ser legisladas questões que até então passavam ao lado dos nossos governantes. Quer por necessidade pura, quer por pressão externa, adivinham-se algumas mudanças, a maioria das quais visa uma maior abertura de software e hardware proprietários.
Recentemente, assistimos à obrigatoriedade, na União Europeia, da utilização do padrão USB-C para carregamento de praticamente todos os dispositivos eletrónicos, com vista à diminuição do lixo gerado por cabos e carregadores distintos até então existentes. Mas agora o foco virou para o software.
Também por imposição legal, em breve a Apple poderá ser obrigada a abrir a porta dos seus sistemas iOS e iPadOS à instalação de aplicações de terceiros, mas fora da App Store, algo até agora impossível. Esta exigência terá dois tipos de execuções diferentes.
Por um lado, perspetiva-se a possibilidade de instalar aplicações sem recurso a nenhuma loja, através de download direto via navegador de internet, ou ficheiro dedicado para esse efeito (vulgo sideloading). Por outro, a coexistência de outras lojas de aplicações juntamente com a App Store, cabendo assim ao utilizador decidir a partir de onde pretende descarregar a aplicação que precisar.
Quer de uma forma, quer da outra, as comissões pagas pelos programadores pela utilização e presença na App Store sofrerão uma diminuição, o que está a levar a empresa de Cupertino a trabalhar num conjunto de regras para salvaguardar não só o aspeto financeiro, mas também o da segurança.
Estaremos na perspetiva de um iOS mais aberto, colmatando assim uma das principais críticas de que sempre foi alvo? E no que diz respeito à segurança do sistema em si, que medidas tomará a Apple para evitar situações indesejadas, que ponham em causa a estabilidade e o bom nome que o iOS foi ganhando ao longo dos anos? São questões para as quais, para já, não existem respostas.
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