(Crítica) Argylle: Um filme confuso, feito apenas para divertir

Argylle, é o novo filme de espionagem dirigido por Matthew Vaughn. A história gira em torno de Elly Conway, uma autora de livros de espionagem que se vê envolvida em acontecimentos na sua vida real, que apenas existem nas narrativas que conta nos seus livros.

Este realizador que nos presenteou com a qualidade da longa-metragem “Kingsman”, apresenta-nos um enredo com cenas de ação constantes, misturando diálogos de humor, que por vezes nos confundem quanto à seriedade do momento a que assistimos. E é uma das razões pelas quais, esta trama se torna complexa, pois as reviravoltas constantes e demasiado rápidas entre ação e humor podem deixar o público confuso.

O elenco do filme conta com nomes sonantes da representação, que incluí Samuel L. Jackson( Glass), Brian Cranston (Breaking Bad) e Henry Cavill (The Witcher) por exemplo. Como sempre, performances carismáticas, mas que neste filme são personagens sem grande profundidade. O espectador pode nunca perceber se chegou a empatizar com alguma delas pois era necessário que houvesse um desenvolvimento mais intenso das mesmas, para que se conseguisse criar essa ligação entre o público e os interlocutores.

Talvez Elly Conway (interpretada por Bryce Dallas Howard), seja a personagem que mais nos cative, muito embora se deva por ser a figura central do filme.

O filme mistura elementos de diferentes géneros, como ação, comédia e suspense, o que torna a experiência cinematográfica interessante, mas também contribui para alguma incoerência, pois as reviravoltas são frequentes e demasiado rápidas, e nem sempre são bem explicadas, o que pode desanimar alguns espectadores.

As cenas do filme são caracterizadas por momentos de ação frenéticos, mas a falta de clareza nos objetivos da missão tornam as sequências repetitivas e sem impacto. O humor, por sua vez, oscila entre piadas de “riso fácil”  e o sarcasmo e também não encontram um equilíbrio entre si.

A narrativa, inspirada na série de livros de espionagem de Ellie Conway, tenta tecer uma teia complexa de conspirações e traições, mas acaba por se perder em reviravoltas previsíveis e  desnecessárias. A linha entre a realidade e ficção é ténue, sendo a exploração desse conceito superficial e pouco explorada. Esta longa-metragem falha em se destacar como um thriller de espionagem memorável. Apesar disso, Argylle, é um filme divertido para quem procura um entretenimento leve.

É inevitável não compararmos o sucesso atingido por Matthew Vaughn com a realização do “Kingsman”. Será por isso que “Argylle” parece tão fraco? A ideia com que se fica , é que este último parece ter sido uma tentativa mal sucedida de espionagem que o “Kingsman” tão facilmente conseguiu e que este surgiu depois e não antes.

Em Argylle, podemos encontrar alguns momentos harmoniosos, quando em momentos de ação inusitados, a banda sonora, a cargo do compositor escocês Lorne Balfe, consegue encaixar perfeitamente, trazendo até uma nova vida às cenas. Algo que também já era esperado de alguém que nos presenteou com composições brilhantes como em filmes da Missão Impossível, que nos são inesquecíveis.