A equipa do iFeed teve a oportunidade de realizar um test drive a bordo do novo Polestar 4 (Dual Motor), o SUV 100% elétrico da marca sueca, numa viagem que começou no sábado de manhã (14/12) e foi até domingo à noite (15/12). O percurso foi Lisboa-Vigo-Lisboa, com algumas paragens em pontos estratégicos (Antuã, Pontevedra, Guimarães, Porto e Aveiro) para reabastecer tanto o carro quanto os ocupantes, já que o objetivo da viagem era aproveitar o mercado de Natal e as iluminarias natalícias de Vigo, e ainda um jantar de Natal em Guimarães.
No total, percorremos cerca de 1500 km, testando o Polestar 4 em diversas situações, desde a condução em autoestrada até à cidade, incluindo a gestão de carregamentos e as interações com a tecnologia a bordo. A seguir, vamos partilhar a nossa experiência e destacar tanto os pontos positivos quanto as áreas que podem ser melhoradas neste modelo.
O que conquistou o nosso conforto?
Logo ao entrar no Polestar 4, foi impossível não reparar na ergonomia e conforto dos bancos. Os bancos frontais são altamente ajustáveis e oferecem funcionalidades de massagem, aquecimento e ventilação, tornando as longas horas de estrada bastante agradáveis. Durante a viagem, o Tiago Alves, que fez praticamente todo o percurso de ida e volta ao volante, destacou o apoio nas costas e no conforto das pernas, algo essencial em viagens longas. A experiência foi igualmente bem-sucedida para o Nuno Rocha, que assumiu a condução no regresso a Guimarães, com destaque para a excelente ergonomia e a suavidade das suspensões.
A bordo, o ambiente é complementado por uma iluminação ambiente inspirada no sistema solar, que confere uma sensação de tranquilidade e sofisticação. Mesmo com a tecnologia à sua disposição, o Polestar 4 consegue ser discreto, criando uma atmosfera elegante e relaxante para todos os ocupantes.
Autonomia e planeamento de viagem: O desafio dos carregamentos
Uma das grandes qualidades do Polestar 4 é, sem dúvida, a autonomia. Ao longo da viagem, o veículo surpreendeu pela sua capacidade de fazer longos percursos sem necessidade de grandes intervalos para carregamento. Contudo, a verdadeira experiência de planeamento de viagens com um carro elétrico foi colocada à prova. O primeiro carregamento foi feito em Antuã, onde o carro estava a cerca de 30% de carga. Mais tarde, ao chegarmos a Valença, o plano era carregar o carro antes de seguir para Vigo, mas a frustração tomou conta de nós quando não encontramos funcionais quaisquer carregadores rápidos na região. Neste momento, ficou claro que as viagens com carros elétricos ainda exigem um nível elevado de planeamento e flexibilidade, especialmente em zonas menos desenvolvidas em termos de infraestrutura de carregamento.
Em Vigo, conseguimos encontrar rapidamente um carregador rápido, e em 15 minutos o Polestar 4 ganhou 50% de autonomia, o suficiente para completar a viagem até Guimarães. Isso trouxe-nos alguma tranquilidade, já que se sentia a pressão do tempo, uma vez que tínhamos um jantar agendado em Guimarães - com horas contadas, portanto. O carro não desapontou em termos de desempenho, mesmo a velocidades mais altas na autoestrada, com o Nuno a assumir o volante e a aproveitar ao máximo o potencial do Polestar 4.
Entretanto, o desafio com os carregadores continuou em Guimarães, onde o carro foi colocado a carregar de forma bem mais lenta, já que os carregadores rápidos estavam fora de serviço. Só encontramos um carregador rápido mais tarde, perto da saída de Guimarães, já a altas horas da madrugada.
Tecnologia e conectividade a bordo: Pontos positivos e negativos
O sistema de som Harman Kardon oferece uma extraordinária experiência auditiva, perfeita para ver um filme enquanto se carrega o veículo, dando mesmo a sensação de estarmos numa sala de cinema. O sistema de infotainment também não decepcionou: o ecrã central de alta definição permite uma navegação intuitiva e a possibilidade de instalar aplicações como Spotify, Google Maps, Max, YouTube, entre outras.
No entanto, há alguns contrapontos a destacar. O sistema de ajudas à condução, que inclui alertas de fadiga e correção de trajetória, embora eficaz, tem um comportamento intrusivo. O alerta de fadiga, por exemplo, é muito agressivo e, em algumas situações, irritante. Além disso, quando desligamos essas funcionalidades e reiniciamos o carro, elas voltam a ser ativadas automaticamente, o que é altamente frustrante.
Outro ponto a melhorar são os botões do volante, com um feedback háptico muito fraco e pouco sensível, o que torna a interação menos agradável do que poderia ser. Além disso, alguns bugs de software, como a falha na ativação do head-up display, mostram que o sistema ainda não está completamente refinado.
Ainda em termos de conectividade, a aplicação móvel da Polestar deixou algo a desejar. A funcionalidade de regulação da temperatura interior não está disponível, o que é uma falha importante num carro com um nível tão elevado de sofisticação.
Espaço e acabamentos: Conforto no detalhe
Um dos pontos mais positivos da nossa experiência foi o espaço a bordo. O Polestar 4 oferece um excelente espaço tanto na frente quanto atrás, tornando-o uma opção confortável para viagens longas. O acabamento dos materiais é de alta qualidade, em couro nappa, com uma atenção aos detalhes que combina luxo e funcionalidade. A cabine tem uma sensação de amplitude, com materiais que transmitem uma imagem de requinte e sofisticação, algo que agrada bastante no contexto de um carro de luxo como este.
Conclusão: A viagem ideal com algumas limitações
A viagem de Lisboa a Vigo proporcionou uma excelente oportunidade para avaliar o desempenho do Polestar 4, um modelo que se destaca pela sua autonomia, conforto e sofisticação. Contudo, a experiência revelou que, para percursos mais longos, a infraestrutura de carregamento ainda é um desafio. O Polestar 4 é uma escolha excepcional para trajetos urbanos e até para viagens mais curtas, mas, para viagens de maior distância, será crucial um planeamento cuidadoso das paragens para carregamento, a fim de maximizar o potencial do veículo.
Por outro lado, a tecnologia e os acabamentos do Polestar 4 são de nível superior, e a experiência a bordo é imersiva e agradável. Se a marca sueca continuar a evoluir em termos de software, o Polestar 4 tem tudo para se consolidar como um dos melhores modelos elétricos do mercado.
Se ficaste curioso para ouvir as nossas opiniões mais detalhadas, o episódio especial do podcast Trinca na Maçã, gravado a bordo do Polestar 4, já está disponível!
Resta-nos agradecer à Polestar pela oportunidade de realizar este test drive, bem como pelas condições excepcionais oferecidas para a realização desta experiência.
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