No meu artigo Ai, (Apple) Portugal, Portugal... de que é que tu estás à espera? abordo vários temas em que a Apple e outras empresas deixam muito a desejar no que concerne a investimento especificamente direcionado ao nosso país. E também já não é a primeira vez que aqui abordamos a falta que faz termos uma Siri em Português de Portugal.
Contudo, é absolutamente fundamental insistirmos neste ponto, mesmo até porque existe a Catarina, a Joana e o Joaquim. Quem são estas três pessoas, perguntarás com toda a lógica. São as três vozes em Português de Portugal que a secção de Acessibilidade da Apple nos disponibiliza.
Notem que estou a falar de Acessibilidade, ou seja, da excelente funcionalidade, no caso sem apreço, destinada a pessoas com limitações visuais. Temos portanto estas duas senhoras e este senhor virtuais que estão ali para ajudar na nossa língua materna. Mas que na verdade não podem ajudar todos os utilizadores.
O Joaquim deve ter perdido o autocarro e não conseguiu chegar a tempo aos Mac. Só lá estão a Catarina e a Joana. Mas estão!
Quando se apresentam dizem: "Olá chamo-me Catarina e dou a voz ao Português falado em Portugal".
É um prazer em conhecer-vos! Mas a verdade é que estão sentadas numa cadeirinha algures numa sala bem muito escondida, apenas à espera de uma coisa: que alguém ative o "Conteúdo enunciado" na Acessibilidade.
Ativada esta ferramenta, em qualquer lado, seja em que língua esteja regulado o iPhone ou o Mac, a opção "Falar" / "Speak" é disponibilizada nos menus, quando clicamos em cima do texto selecionado ou balão da mensagem.
E cá volto eu ao mesmo ponto: temos três simpáticas pessoas que foram pagas pela Apple para gravar todas as palavras do dicionário. Podemos ditar mensagens e documentos no Mac. Ou seja, existe reconhecimento do Português de Portugal de dentro para fora e de fora para dentro.
Então, Apple! Será assim tão difícil existir uma Siri em Português de Portugal? Parece-me que será mais simples do que gravar um dialeto ancestral já há muito esquecido.
Os ficheiros audio estão lá. O reconhecimento da língua também. Mesmo não detendo conhecimentos técnicos, parece-me que muito do caminho já está percorrido. Não é que tenham que arrancar da estaca zero.
A Google Assistant está sempre ali ao virar da esquina! E até que funciona muito bem.
Voltando ao título do artigo a que aludi na introdução, de que é que estão à espera?
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