Há não muito tempo, falei-vos no jogo Hit the Island da Funn Media, uma empresa que tem vindo a fazer um percurso extremamente interessante, desde a sua fundação em 2013. As apps que tem vindo a colocar no mercado primam pela simplicidade aliada à funcionalidade.
Uma combinação que se tem vindo a revelar bem sucedida. Não há passos maiores que a perna, tendo a utilidade como primeira prioridade. Com efeito, as apps desta empresa não são para ficar esquecidas numa das páginas do iPhone, destinadas a serem apagadas quando surge aquele aviso de que o armazenamento do dispositivo está a chegar ao limite.
Posto isto, bem no fim do artigo do Hit the Island, deixei a dica de que existia outro na mesma linha, mas no formato pinball. E é sobre este jogo que vou falar hoje: o Hit the Island: Pinball.
As infinitas possibilidades da Ilha Dinâmica
Em terra de cego, quem olho é rei. Um ditado popular que se aplica como uma luva, desde logo, à Apple, e depois, aos criativos que se aperceberam, no primeiro minuto, do manancial de possibilidades que a Ilha Dinâmica gerou. E este foi claramente o caso da Funn Media.
Ora, tendo uma clara perceção de que, pelo menos, por ora, ainda não é possível esconder várias componentes físicas por detrás do ecrã do iPhone (de que são exemplo a câmara frontal e restantes sensores) a Apple decidiu transformar uma desvantagem numa pequena revolução estética, tendo criado, inclusivamente, uma nova tendência.
Sabemos bem que esta questão do trendy é simplesmente algo normal na Apple. Basta que lancem um produto para que, muito rapidamente, alguém da concorrência esteja a lançar algo de muito semelhante. Foi tão engraçado ver, poucos dias depois do lançamento do iPhone 14, as apps para Android destinadas a emular a Ilha Dinâmica nos Android...
Portanto, a Apple não copia. E por isso, ficar com um pontinho negro no ecrã, não era, obviamente, lógico. Mesmo até porque os sensores de alta qualidade, de que a Apple, como é evidente, não abdica, não teriam espaço para se acomodar naquele espaço exíguo.
Seguindo uma filosofia de qualidade – Hit the Island: Pinball
Minimalista, aspecto limpo e altamente funcional. Assim foi com o Hit the Island, e assim é com o seu irmão Hit the Island: Pinball.
No meu outro artigo, a review que fiz do Hit the Island foi-me muito grata. Viajei até aos saudosos anos 1980, altura de inocência, em que o tempo estendia. A sensação era de que tudo andava muito devagar e havia tempo para tudo. É evidente. Com a tecnologia de massas a despontar, os autênticos tsunami de inputs nos nossos cérebros, oriundos de tantas fontes em simultâneo, eram inexistentes. Havia tempo para desfrutar. Hoje é tudo a correr numa cadência non-stop infernal. Mas, enfim, são estes os tempos, e nada há a fazer.
E até nisso a Funn Media foi certeira. Porque estes jogos servem para descontrair numa pausa. Não pretendem ser mais do que isso. Puro e simples divertimento. Nem que seja por um momento.
A jogabilidade é excelente. Os dedos não atrapalham a visibilidade quando queremos usar os flippers, porque os controladores estão nos extremos do ecrã. Onde terminam os botões, altamente responsivos, começam os flippers.
As mudanças de cor de fundo são sóbrias e eficazes, sendo várias as surpresas que vão surgindo para cativar o jogador. Os efeitos sonoros estão bastante bem enquadrados, contribuindo para o estímulo dos sentidos que nos mantêm imersos e atentos ao jogo.
Há algumas semanas, li algures que, tocando não sei quantas vezes na app da Google, aparecia um jogo de pinball secreto. Experimentei e lá estava ele. Pois, apenas isso. Nada de interessante.
O Hit the Island: Pinball, tal como nome indica, tem um objetivo: acertar na Ilha Dinâmica. Quanto mais conseguires atingi-la, maiores serão os teus desafios e, claro, mais pontos ganhas. Pelo caminho, ganhas estrelas que vão surgindo, para poderes desbloquear níveis e passar para novas etapas.
Tirar partido da Ilha Dinâmica foi uma aposta extremamente inteligente, quer da Apple, quer da Funn Media. Transformar um inestético notch numa forma oblonga comportamental, que se altera de acordo com o contexto, foi uma aposta mais que ganha. Entretém, apraz aos olhos, e oferece novas formas de interação com o utilizador.
É, no fundo, este tipo de iniciativa inovadora que se espera hoje em dia. Não pode reinventar a roda, mas conferir novas roupagens com inteligência e criatividade, é algo que todos esperamos, mas que poucos conseguem.
Descarrega estes dois jogos e diverte-te quando puderes. Larga as redes sociais por momentos e dá descanso ao teu cérebro. Nesta sociedade corrosiva em que vivemos, dá tempo à tua mente para se regenerar das feridas causadas pelo fel que é expelido a todo o momento por este mundo fora.
Diverte-te, tão somente. Passa os níveis e entusiasma-te com as coisas simples da vida, uma prática cada vez mais negligenciada neste tumultoso século XXI.
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