Novas experiências. Ligações verdadeiras.
É assim que a Apple apresenta esta nova funcionalidade que integrará o iOS 15, previsto para lançamento já neste outono.
O SharePlay operará em três vetores fundamentais. Vou transcrever o que diz a empresa da maçã, porque só desse modo se poderá transmitir o conceito com a exatidão pela Apple preconizado.
Ver juntos
Faça streaming de filmes e séries enquanto fala com amigos no FaceTime. Até as gargalhadas, os sustos e as pausas estão sincronizados, mas para que possam continuar a conversar tranquilamente, o volume ajusta-se automaticamente.
Ouvir juntos
Reúna os amigos para ouvir um álbum. Todos podem usar os controlos, ver qual é a música que se segue e adicionar faixas à playlist partilhada.
Partilhe o seu ecrã
Partilhe o ecrã enquanto fala por FaceTime. Procure casa, veja álbuns de fotografias ou planeie as suas próximas férias em grupo. Tudo enquanto está a conversar.
Ou seja, a Apple apresenta o SharePlay não simplesmente como mais uma funcionalidade, tal como é habitual em cada versão anual do iOS, mas como o despertar de um novo paradigma de utilização dos dispositivos no âmbito do seu ecossistema. No fundo, uma prática de aproximação das pessoas, através da tecnologia, cujos efeitos poderão estender-se, como já sabemos, para fora da própria Apple. Mais uma vez, nas palavras da empresa:
Converse por FaceTime enquanto vê uma série na televisão, ouve música e partilha o seu ecrã com o SharePlay. É uma nova forma de passar tempo em família ou com amigos, como se todos estivessem reunidos na mesma sala.
Com o "comando" à mão de todos, tal como se estivessem na sala, onde todos se vêm uns aos outros através do "Picture-in-Picture", este conceito está a tornar-se muito apetecível, mesmo antes do seu lançamento. Prova disso é que, até à data, pelo menos a Disney+, ESPN+, HBO Max, Hulu, Paramount+, TikTok e o Twitch irão contemplar a adaptação das suas aplicações a esta funcionalidade, tal como a Netflix já está a fazer no que respeita ao Áudio Espacial.
Para os Developers
Na sua secção para Developers, a Apple aprofunda o conceito em quatro pontos:
Transformar uma App numa experiência partilhada
A ideia de trazer filmes, televisão, música e outros tipos de media partilhada da app desenvolvida para um espaço em que os utilizadores já estão em conexão uns com os outros, isto é, dentro e a partir do FaceTime.
Ligações de qualidade facilitadas
Quando um utilizador começa a ver ou a ouvir um conteúdo, este começa também, e em simultâneo, para todos os que estão a partilhar a ligação. "Volume inteligente" e "controlos de reprodução partilhados", são características que a Apple apresenta aos Developers como elemento aliciante, uma vez que abre as portas para experiências imersivas que fazem com que os utilizadores sintam que estão no mesmo sítio. E como tudo opera de modo nativo no iOS, sem retransmissão, a qualidade de ligação da App nunca fica comprometida.
Angariar novos utilizadores
Mais um argumento que Apple lança aos Developers: conseguir novos utilizadores de modo orgânico, uma vez que, como já usam o FaceTime nos seus momentos mais importantes, a inclusão de uma App compatível normaliza a sua experiência de utilização. Portanto, como se torna mais simples, incluir aplicações de terceiros acaba por facilitar a sua divulgação entre os amigos e familiares.
Funciona de modo transversal em todas as plataformas da Apple
Isto diz tudo. Tenhas um iPhone, um iPad, um Mac ou uma Apple TV, tens esta funcionalidade em todo o lado, tornando as aplicações desenvolvidas por terceiros aquilo a que se chama de "Aquisição Universal", ou seja, funciona em qualquer plataforma da Apple.
Mudam-se os tempos, asseguram-se as vontades
Observando este longo período pandémico, associado ao que os telejornais apelidam de "fadiga pandémica", esta é uma funcionalidade que já poderia cá estar. De facto, a aposta é claramente na proximdade. Na virtualização da experiência de partilha, simulando a interação presencial, quando tal não é possível.
Não há dúvida que nada substitui a coexistência física, mas há que ter uma opção de grande qualidade que atenue o distanciamento. Os tempos mudam, e as vontades têm que ser cada vez mais asseguradas através de todas as potencialidades providenciadas pela tecnologia. É justamente para isso que ela serve.
Numa sociedade cada vez mais global, a mobilidade é um sinal destes novos (que já não assim são tão novos) tempos. Famílias, relações, amizades, quando distantes, poderão contar com o SharePlay enquanto um evidente incremento da qualidade de vida.
O SharePlay não deverá ser visto, portanto, como um novo paradigma orientado para substituição da interação presencial. Muito pelo contrário.
E para quando?
Segundo a Apple, não será no preciso momento em que o iOS 15 seja lançado. Num comunicado recente, informaram que o SharePlay foi desativado na verão beta 6 do iOS15, bem como nos restantes sistemas operativos. É que para uma mudança deste género seja bem sucedida, tem que funcionar sem uma única falha. E portanto, muitos ajustes terão que continuar a ser feitos até à sua implementação definitiva de modo nativo nos nossos dispositivos.
Neste comunicado, a Apple indicou que o SharePlay será lançado junto do grande público num dos pacotes de atualizações do iOS no final do outono.
Mas quem espera sempre alcança, e estou ansioso pelas experiências imersivas e contagiantes que esta funcionalidade nos irá trazer. E tu? Também estás expectante? Partilha connosco as tuas opiniões na secção de comentários!
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