Estava prestes a finalizar o ano de 2020 quando a Apple decidiu dotar a sua linhagem de acessórios de áudio com os auscultadores mais caros alguma vez por si fabricados: falamos dos AirPods Max. Na altura, foi uma aposta ganha: a qualidade implícita na construção do produto é de topo, a componente sonora é de excelência e as tecnologias embarcadas estavam muito acima do que qualquer concorrência oferecia. Em abono da verdade, algumas destas premissas, quase quatro anos depois, continuam válidas; porém, outras nem tanto... Assim, é justo questionar: os AirPods Max ainda valem a pena em 2024?
Começamos desde já por dizer que não há uma resposta certa a esta questão. Vai tudo depender daquilo que o cliente pretende, do valor que está disposto a pagar, e se se preocupa ou não com aquilo que o mercado oferece em termos de alternativas. Mas vamos por partes.
A política da Apple faz com que o preço dos seus produtos nunca baixe durante o tempo de vida dos mesmos. Neste caso específico, em determinada altura, o preço até subiu devido a circunstâncias externas. Apesar disso, por 579€ todos os amantes da Apple vão ficar deliciados com a qualidade deste produto, e a consequente interação do mesmo com os restantes produtos da linhagem da maçã. Todo o processo de configuração será automático, a qualidade sonora elevadíssima, e a imagem de marca que o uso de uns AirPods Max transmite (para quem valoriza este tipo de cenário) é inegável.
Porém, existe um lado inverso a este...
Do ponto de vista puramente tecnológico, é importante ter em conta que os AirPods Max ainda usam o chip H1... As consequências disso podem não dizer nada para uns, mas ser extremamente importantes para outros.
Vamos usar como base de comparação os únicos AirPods com o mais recente chip H2, que equipam os Pro de segunda geração. Nestes últimos é possível usufruir dos recursos oferecidos pelo iOS 17, como por exemplo o áudio adaptativo, o volume personalizado e o reconhecimento de conversa. Ora, nos mais caros Max, estas funcionalidades não existem... A consequência disso é que hão-de haver consumidores que não vão aceitar pagar mais do dobro do valor para ter metade da tecnologia...
Outro aspeto que importa ter em consideração é a idade dos AirPods Max. Apesar de não se perspectivar especificamente uma data para o sucessor direto destes auscultadores ser lançado, estamos a falar de quase quatro anos de presença no mercado. Ora, em tecnologia, quatro anos é uma eternidade... Assim, quem adquirir uns AirPods Max tem de ter em mente que, de um momento para o outro, tal modelo pode ser substituído... Imaginam o que é gastar mais de 550€ num produto com tecnologia datada, para de repente o mesmo ser substituído por um tecnologicamente mais evoluído, e se calhar com o mesmo preço?
E se vos dissermos que isso, em certa medida, já aconteceu?
Pois bem, neste ponto não há como negar o lançamento recente dos Beats Studio Pro... Estamos a falar de uns auscultadores com a chancela da Apple, mas muito mais baratos que os AirPods Max, contudo mais versáteis e dotados de tecnologias bem mais atuais que as empregues na alternativa de Cupertino. Um dos exemplos mais flagrantes é a compatibilidade com praticamente todas as fontes de áudio, podendo o utilizador usufruir até de áudio sem perdas via USB-C, algo impossível nos Max. A qualidade de construção destes Beats pode até ficar uns furos atrás da que é visível nos AirPods, contudo o preço mais simpático de 399,95€ é mais do que suficiente para justificar tal facto.
Em suma, são várias as premissas que têm de ser tidas em consideração na compra deste produto da maçã, e a mais premente são os mais recentes Beats... Mais uma vez reforçamos que não há uma resposta certa: a única coisa que deve ser tida em grande conta é a consciência e a aceitação da decisão que se tomar. Se o investimento for feito com conta, peso e medida, não há nada que possa correr mal.
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