Vamos ser honestos: quando pensamos em monitores bonitos, minimalistas e com aquela vibe premium que combina com o ecossistema Apple, a primeira marca que nos vem à cabeça não é, normalmente, a Philips. Mas a linha Evnia veio mudar esse jogo — e o Philips Evnia 34M2C6500 é provavelmente o exemplo mais ousado disso.
Recebi este monitor com alguma curiosidade e uma dose saudável de ceticismo. Afinal, é um monitor de gaming curvo, com um nome que parece um código secreto, e com a promessa de usar tecnologia OLED QD (sim, essa mesma: OLED com Quantum Dot). E sendo alguém que passa o dia entre um MacBook, um iPad e um iPhone, não pude deixar de pensar: “Será que este monitor gaming encaixa num setup Apple?” A resposta curta? Sim. A resposta longa? Vais querer ler esta review até ao fim.
Design com classe

Quando tiramos o Evnia 34M2C6500 da caixa, a primeira reação é: “Wow, isto é mesmo bonito.” Nada daqueles exageros RGB a gritar "sou gamer", nem linhas agressivas dignas de um transformer. O Evnia tem um design clean, com um acabamento cinzento sideral que fica lindamente ao lado de um MacBook na mesma cor.


O pé tem uma estética moderna e robusta, e a curvatura de 1500R dá logo uma sensação de imersão mesmo antes de o ligares. Apesar de ser um monitor de gaming ultrawide de 34 polegadas (formato 21:9), não parece exagerado em cima da secretária — desde que não tenhas uma mesa de café como espaço de trabalho, claro.
Ecrã OLED QD: onde a magia acontece
Vamos ao que interessa: o painel. E aqui, o Evnia 34M2C6500 brilha — literalmente. Estamos a falar de um painel OLED com Quantum Dot, que combina o melhor dos dois mundos: pretos profundos e contrastes infinitos do OLED, com cores mais vivas e precisas graças à camada QD.

A resolução é WQHD (3440 x 1440), o que é perfeito para produtividade e gaming. Tens espaço para várias janelas lado a lado e a nitidez é excelente. Mas o verdadeiro “wow” vem quando ligas um jogo ou até um filme em HDR. As cores saltam do ecrã, os pretos são mesmo pretos e a fluidez dos 175Hz faz tudo parecer mais responsivo — especialmente se tiveres um Mac com taxa de atualização variável ou uma PS5/Xbox ligada por HDMI 2.0.
Se és como eu, que passo metade do tempo a trabalhar e a outra metade a consumir conteúdos, vais adorar este equilíbrio entre fidelidade visual e performance.
Compatibilidade com Apple: nem tudo é perfeito... mas quase
Vamos a um ponto importante: funciona bem com o ecossistema Apple? A resposta é “sim, com nuances”. O monitor tem DisplayHDR True Black 400, uma porta DisplayPort 1.4, duas HDMI 2.0 e uma saída para auscultadores. Se estiveres a usar um MacBook com USB-C, vais precisar de um adaptador ou dock com DisplayPort para tirar partido da taxa de atualização mais alta.
O macOS reconhece a resolução e a proporção ultrawide sem dramas, mas não vais conseguir usar os 175Hz a não ser que tenhas uma GPU externa (via eGPU — o que, convenhamos, não é para todos). Na prática, vais correr o macOS a 100Hz ou 120Hz no máximo. Ainda assim, o resultado visual é soberbo. Para edição de vídeo, design gráfico e navegação web, é uma delícia.
Ergonomia e extras
O Evnia 34M2C6500 não se esquece do conforto: permite ajuste em altura, inclinação e rotação (limitada, claro, pela curvatura). Há também vários modos de imagem — desde modos para FPS até opções para proteger os olhos durante maratonas noturnas.

Tem ainda suporte a Ambiglow, uma espécie de luz ambiente traseira estilo Ambilight, que adapta a cor do LED traseiro ao conteúdo no ecrã. Confesso que achei isto dispensável no início… até começar a ver séries com as luzes apagadas. Agora já não consigo desligar.
Preço e veredito: vale a pena?
O Philips Evnia 34M2C6500 não é barato — ronda os 700-800€ no mercado português. E convenhamos, um monitor OLED QD com 175Hz de taxa de atualização, curvo, ultrawide, e com design premium... não é propriamente algo que se encontre a este preço todos os dias.
Se usas Mac e queres um monitor que respeite o teu bom gosto visual (e que não pareça uma nave espacial), mas que ao mesmo tempo te permita consumir conteúdo com qualidade topo de gama, este é um fortíssimo candidato. Não é o Studio Display — mas é mais versátil, mais rápido, e provavelmente mais entusiasmante de usar no dia a dia.