A ideia da utilização de ecrãs táteis em computadores é tudo menos recente. Há muitos anos que temos soluções deste género no mercado, sendo que as primeiras surgiram inicialmente em portáteis (muitos deles apenas reconheciam o toque com recurso a uma caneta dedicada e específica) até que a evolução fez com que, atualmente, tenhamos até all-in-ones dotados com este tipo de especificação. Apesar da massificação da tecnologia necessária, este ponto sempre gerou uma divisão de opiniões de certa forma vincada: enquanto uns apreciam a funcionalidade extra e a liberdade criativa apenas proporcionada por em ecrã tátil de dimensões generosas, outros consideram isso como algo completamente desnecessário, que só vem fazer crescer a etiqueta de preço do computador em causa, sem a respetiva adição de valor real em termos de usabilidade.
O caso da Apple
Considerando o caso específico da Apple, todos sabemos que a empresa é conhecida pela adoção tardia de novos recursos e tecnologias, que normalmente apenas são vistos em aparelhos da marca anos depois da concorrência os ter banalizado. No entanto, passado este tempo todo, tarda em surgir um Mac com ecrã tátil, isto se alguma vez algo assim chegar a ver a luz do dia...
Recentemente, o conhecido analista da Bloomberg, Mark Gurman, referiu que a Apple poderá estar a desenvolver um portátil MacBook Pro com ecrã tátil, com vista a ser lançado em 2025. Esta máquina marcaria uma viragem geracional do computador em questão, que além disso veria o seu display passar a ser OLED. Contudo, o seu design continuaria tradicional, com teclado e touchpad, contrariando a tendência arrojada de alguns fabricantes que utilizam sistemas Windows e que dotam os seus portáteis de displays quer na parte superior, quer na parte inferior.
Os seguidores mais antigos, e ao mesmo tempo atentos e interessados pelo mundo da tecnologia, certamente se recordam que a Apple já renunciou, pública e veementemente, a ideia de alguma vez vir a ter na sua linhagem um Mac com ecrã tátil. Ora, se um dia a gigante de Cupertino decidir voltar atrás, vai ser interessante ver de que forma o fará, na prática.
A tecnologia tem um preço...
Se, nos moldes atuais, o ecrã é dos componentes mais caros (se não o mais caro) de um MacBook, o que acontecerá então se o mesmo passar a ser tátil? A resposta é simples: o preço aumentará ainda mais, sem sombra de dúvida.
Caso a Apple opte por manter o design tradicional dos seus portáteis, o que tudo indica que deva ser o caminho, toda a parte superior terá de ser redimensionada para acomodar o hardware necessário para a deteção do toque. Desta forma, é melhor contar com umas centenas de euros a mais quer no preço final do produto, quer de futuras reparações que possam vir a ser necessárias.
Vale a pena esperar por um MacBook com ecrã tátil?
Dada a incerteza atual das projeções, e a data prevista para a materialização das mesmas, não é de todo aconselhável que alguém aguarde por um MacBook com esta característica para fazer um upgrade.
Se a necessidade de mudar de computador é sentida hoje, é hoje que a compra deve ser feita, e não num futuro ainda distante e, acima de tudo, incerto. Além disso, não acreditamos que o ecrã tátil seja um fator decisivo para alguém que, até agora, nunca o teve a não ser em tablets e smartphones. E, por falar disso, atualmente é possivel utilizar um iPad como ecrã de um Mac através do Sidecar, o que por si só acaba por colmatar a eventual necessidade de interagir com o macOS utilizando a ponta dos dedos (ou uma Apple Pencil).
Para já, o mercado não carece desesperadamente de um Mac com ecrã tátil. Vamos aguardar para ver o rumo que a convergência entre os sistemas operativos da Apple possa alcançar, e avaliar qual o próximo passo com base nisso.
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