Quando, em agosto de 2011, Tim Cook foi nomeado CEO da Apple, muito se especulou sobre que tipo de liderança seria. Tomar o lugar até então ocupado por Steve Jobs não seria tarefa fácil e talvez por isso se tenha assumido que Cook apenas faria um caminho de continuidade. Não poderíamos estar mais enganados.
Tim Cook nasceu em 1960 no Alabama, Estados Unidos da América. Formou-se em Engenharia Industrial e em 1998, entra na Apple. Antes de ser oficialmente nomeado CEO pelo próprio Jobs, Cook, era responsável por todas as vendas e operações mundiais da empresa. Vem de uma família humilde - o pai era construtor naval e a mãe dona de casa - e mesmo agora, não dá o seu lugar por garantido. Muito pelo contrário, continua a demonstrar o mesmo empenho e dedicação. De facto, numa entrevista recente, Cook confessou que em todas as reuniões de administração procura tocar no assunto da sua sucessão, para que a empresa esteja preparada caso este cometa algum erro que exija o seu afastamento.
9 anos de Tim Cook à frente da Apple
Se o mundo esperava continuidade, Tim Cook deu-nos muito mais que isso. A Apple nunca foi tão valiosa, atingindo recentemente (a 19 de agosto de 2020) a marca dos dois biliões de dólares, em plena pandemia da COVID-19. Realizou também a quarta stock split, ou seja a Apple dividiu as suas ações em quatro, aumentando mais uma vez o número de ações disponíveis para investidores.
O que diferencia Cook? Essencialmente a aposta em serviços, na tecnologia por detrás do hardware, no marketing, afirmando ainda mais a empresa como uma marca de moda, e na conquista por novos patamares financeiros e novas fronteiras. Grande parte das receitas da Apple, atualmente, vêm de serviços como iCloud, Apple Pay, Apple TV+, AppleCare e da App Store - utilizada diariamente por milhões de pessoas em busca de apps, jogos e todo o tipo de aplicações para os dispositivos Apple. Apesar da desaceleração nas vendas do iPhone, a empresa soube reinventar-se e, mais do que isso desenvolver novas formas de rendimento e garantir a sua relevância por muitos e muitos anos.
A Apple afirmou-se, também na saúde, com acessórios e serviços focados não só na manutenção da vida saudável, como também na resposta em caso de emergência. E agora, entrou também no setor dos carros, pois segundo o próprio Tim Cook a estratégia da Apple é "ajudá-lo em todas as partes da sua vida".
Houve, obviamente momentos mais complicados ao longo destes anos e algumas batalhas estão a ser travadas neste momento. Em primeiro lugar a já referida quebra na venda de iPhones. Além disso, houve o confronto com o FBI ao nível da privacidade do utilizador, uma guerra comercial entre os EUA e a China que poderia afetar o preço dos iPhones e a pandemia que fechou inúmeras lojas e que atingiu negativamente a economia do mundo inteiro.
Mais recentemente, o processo judicial com a Epic Games ocupa as manchetes dos jornais. A empresa detentora do Fortnite acusa a Apple de "monopólios ilegais" ao nível das tarifas para utilização da App Store como um canal de vendas. Em causa está o facto do jogo ter sido banido da plataforma da Apple quando a Epic Games lançou uma opção de pagamento direto no Fortnite para iOS e Android, com V-Bucks 20% mais baratos, como forma de contornar as taxas cobradas pela Apple.
Ainda assim, passados nove anos, o saldo foi, sem dúvida, positivo. Resta-nos aguardar para saber que novidades trarão o marco dos 10 anos de liderança de Tim Cook.
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