A Apple é reconhecida pela sua capacidade em transformar mercados existentes e, grande parte das vezes, saturados, ao oferecer produtos que combinam design, inovação tecnológica e uma experiência de uso diferenciada. Está na hora de o fazer com as TVs?
Ora, todos sabemos que o mercado das televisões é mesmo muito competitivo. Porém, há razões estratégicas que podem levar a empresa norte-americana a considerar o lançamento da sua própria TV, apesar dos desafios inerentes.
Um dos motivos mais evidentes seria a expansão do ecossistema Apple. Ainda que a Apple conecte, quase na perfeição, vários dos produtos que detém hoje, e mesmo sabendo que consegue integrá-los com outros dentro de uma habitação, a TV como produto é sempre algo alheio, distinto e que apresenta desafios. Isto é, para que a experiência de excelência da Apple aí esteja presente, é necessário recorrer a uma Apple TV.
Uma TV própria seria uma extensão natural dessa estratégia, permitindo uma integração ainda mais profunda com ferramentas como a Siri e o Apple HomeKit. Além disso, poderia oferecer funcionalidades inéditas para entretenimento e produtividade, criando um novo padrão no uso de televisores no dia a dia.
Outro fator é a oportunidade de explorar o mercado de TVs inteligentes – as ditas Smart TVs – que durante muito tempo foram apenas um aspeto que encareceu o preço das mesmas no mercado. Porém, ainda hoje, não se pode dizer que sejam tão smart quanto prometem.
A Apple poderia e faria por diferenciar-se de tudo o resto, ao proporcionar uma experiência única, priorizando privacidade, simplicidade e fluidez, características que muitas vezes não são plenamente exploradas pelas empresas hoje presentes no mercado. Principalmente, no que à privacidade diz respeito.
Por outro lado, a Apple detém, há vários anos, a sua própria plataforma de streaming, o Apple TV+. Uma TV desenvolvida pela empresa de Cupertino poderia servir como a interface ideal para os seus conteúdos exclusivos, atraindo novos subscritores e promovendo o seu catálogo, agora vasto, de conteúdos.
No entanto, o lançamento de uma televisão não estaria livre de desafios. O mercado das TVs é notoriamente conhecido pelas margens de lucro mais baixas, em comparação com outros dispositivos eletrónicos. Nesse cenário, a Apple precisaria justificar o nível de preços premium que normalmente acompanha os seus produtos.
Mas é aí que tudo se torna interessante. Uma TV mais cara, inserida numa gama mais elevada, concorrendo com as melhores do mercado, é também aquela onde a margem – ainda que pequena – é maior. E pensa no seguinte, se a Apple consegue entregar ecrãs com uma qualidade destacada, acima da média, no iPad e Mac, porque não numa TV?
Aliás, se há algo que, em grande medida, é equacionado por qualquer pessoa ao comprar uma televisão, tem que ver com o reflexo que esta faz face à área envolvente. Ora, até nesse aspeto a Apple tem mostrado cartas, com os mais recentes ecrãs nano-textura. Seria ótimo ver algo assim numa TV? Pois claro que sim.
Para se sobressair, a Apple teria que redefinir o que significa uma televisão moderna. Isso poderia incluir o desenvolvimento de tecnologias de ecrãs inovadoras, como o uso de microLED, a criação de funcionalidades únicas e a entrega de um nível inédito de integração com os restantes dispositivos. Além disso, poderia diferenciar-se ao adotar uma abordagem rigorosa em relação à privacidade, resolvendo uma das críticas mais frequentes às TVs inteligentes atuais.
E a verdade é que, no meio de tantos obstáculos, a Apple pode já ter ultrapassado o maior, que é a criação de um ecrã com qualidade diferenciada, acima da média que só tem de ser ampliado até às 65, 75 ou 80 polegadas, caso o pretenda.
Para já, é apenas uma incógnita, e poderá não vir a acontecer. Contudo, prepara-te, pois caso queiras ver chegar ao mercado uma TV da Apple, a mesma deverá ter um preço pouco convidativo, mas certamente que entrará no mercado para ser a melhor. O costume.
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