Nesta talk com painel português, Cristina Fonseca, Managing Partner na Indico Capital Partners, e Alexandre Barbosa, Managing Partner na Faber Ventures, com a moderação de Shrikesh Laxmidas, Editor-chefe da ECO, conversaram abertamente sobre a questão da regulação das tecnologias de Inteligência Artificial.
Alexandre Barbosa começou por se debruçar sobre os princípios que devem guiar a regulação da AI, salientando a importância de se proteger os utilizadores. Com essa finalidade, os programas devem ser transparentes, justos e compreensíveis pelo público. Por outro lado, deve haver um equilíbrio, para que não se impeça a inovação.
Cristina Fonseca salientou a necessidade de haver certezas de que o conteúdo gerado por Inteligência Artificial é identificável, a fim de que os utilizadores o possam distinguir. A União Europeia parece estar à frente na questão da regulação, mas, embora haja muitos avisos, não há ainda medidas concretas, porque é difícil regular e compreender uma indústria que está em constante desenvolvimento. Cristina acrescenta ainda que a regulação deverá ser feita setor a setor (fintech, RH ou saúde, por exemplo).
Alexandre Barbosa pegou, exatamente, na questão da saúde: a regulação é necessária para a pesquisa de novos medicamentos e investigação de doenças crónicas, a fim de que a tecnologia não seja parcial e garanta a eficácia da investigação num campo tão importante.
A realidade é que a questão da regulação acabará sempre por criar algumas divisões. Cristina acredita num processo natural de correções e regulação e que as empresas, como a OpenAI, estão a tentar fazer a coisa certa. Afirmou ainda que, se estivesse a desenvolver um produto baseado em Inteligência Artificial, não esperaria pela regulação, já que a demora nas deliberações dos governos, como foi o caso da Uber, pode levar à perda de oportunidades por parte das empresas.
Shrikesh interveio, em contraponto, afirmando que a crença de que as grandes empresas irão colocar a regulação à frente do lucro é um grande salto de fé, referindo a necessidade de uma melhor relação entre as empresas e os governos e de uma maior abertura destes últimos em relação à Inteligência Artificial.
A AI terá sempre resultados errados se o conhecimento dado aos modelos não for o correto. Por conseguinte, é fundamental confiar no conteúdo base. Alexandre Barbosa resumiu a sua perspetiva cingindo-se ao nível de risco; a regulação deverá surgir consoante o mesmo, podendo ainda permitir que haja um "campo de jogo" neutro para grandes empresas e startups.
É imperativo que nos certifiquemos que o uso massificado é seguro. O foco deve estar na responsabilidade e no equilíbrio, visto que, de facto, há riscos, mas, se restringirmos demasiado as empresas na Europa, noutros lugares do mundo, como na China e nos EUA, as empresas vão desenvolver-se mais rapidamente.
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