Web Summit 22: Ministro francês realça o contributo da tecnologia para o mundo
No primeiro dia da Web Summit, Jean-Noël Barrot, Ministro francês da Transição Digital e Telecomunicações, partilhou a sua visão acerca de como a tecnologia pode mudar o mundo.
Barrot começa por destacar o investimento realizado pelo governo francês nas start-ups, realçando a forma como França volta a figurar no panorama internacional, tornando-se um dos países mais atraentes para o investimento estrangeiro. O Ministro refere mesmo que França celebra a vigésima sétima start-up unicórnio – empresa que atinge uma valorização de 1.000 milhões de dólares sem estar presente na bolsa –, contra as sete start-ups unicórnio portuguesas.
Além do investimento, a inovação é outro aspeto fundamental para o futuro bem-estar da sociedade e para impulsionar o crescimento económico. A comunidade é composta por empresas em estágio inicial, em constante crescimento, provenientes de todas as partes do mundo, que estão envolvidas no design, desenvolvimento e implementação de novas tecnologias e inovações, preparadas para ter um impacto significativo nos negócios e na sociedade.
Face ao aumento e dependência das tecnologias, Barrot abordou ainda as preocupações que estão iminentemente associadas à sua criação e desenvolvimento. As principais dizem respeito à sustentabilidade, igualdade e privacidade.
Com a certeza de que algumas tecnologias podem ser prejudiciais para o futuro do planeta, Barrot afirmou durante a sua intervenção que as empresas devem ser capazes de diminuir a sua pegada ecológica. As empresas devem estar conscientes do meio ambiente e comprometerem-se com as questões ambientais. Devem assumir um compromisso com o meio ambiente, realmente verdadeiro e verificável, de forma a que a natureza seja protegida e conservada.
Por outro lado, os ambientes corporativos devem ser representativos das minorias e das mulheres, que ainda se encontram sub-representadas. As tecnologias podem ajudar a mudar este panorama, criando oportunidades para todos no espaço digital.
A tecnologia deve ainda contribuir para a preservação da privacidade dos utilizadores, combatendo atividades ilícitas no ciberespaço e protegendo os seus dados pessoais. Para mitigar estas situações, a Comissão Europeia tem várias propostas legislativas, como a Lei dos Mercados Digitais (DMA, no acrónimo em inglês) e a Lei dos Serviços Digitais (DSA, no acrónimo em inglês), que visam proteger os utilizadores e as próprias empresas. A Lei dos Mercados Digitais, por exemplo, tem como objetivo assegurar um maior nível de concorrência nos mercados digitais europeus. Passa por prevenir que grandes empresas abusem do seu poder de mercado e que novas empresas entrem no mercado.
As plataformas de grandes dimensões (como Meta, Amazon, Google, etc.) têm sido alvo de inúmeros processos por rastrearem exaustivamente os utilizadores finais, definirem os seus perfis, colecionando e armazenando uma grande quantidade de dados pessoais destes utilizadores. Estas plataformas são, frequentemente, responsáveis pela intermediação das transações entre os utilizadores profissionais e os utilizadores finais. Ao atuarem como portas de acesso, as plataformas de grandes dimensões têm influência e impacto consideráveis nos mercados digitais e originam situações de dependência.
Já no final da sua intervenção, Jean-Noël Barrot deixou claro que estas três preocupações são essenciais se quisermos que, no futuro, as tecnologias continuem a beneficiar a sociedade.
Devemos um agradecimento muito especial à NordVPN pelo patrocínio da nossa cobertura na Web Summit.